O surgimento do cinema no século XIX deve-se a uma conjunção
de experiências e invenções na busca pela projeção de imagens em movimento.
Foram muitos os inventores e aparatos destinados a alcançar esse fim e, portanto,
não existe na história cinematográfica um único descobridor; posto que o cinema
foi fruto da fusão de muitas técnicas. Contudo, se não há um único responsável,
pode-se apontar os irmãos Lumière como os que ficaram mais famosos na ciência
das imagens em movimento. Seu aparelho, o cinematógrafo (nome de origem grega
que significa “registro do movimento”) superava todos os outros inventos por
ser capaz de filmar e projetar as imagens e também por ser um suporte leve e
funcional que não necessitava de energia elétrica, pois funcionava à manivela,
e podia ser transportado com facilidade para paisagens externas. Desta forma,
os filmes dos irmãos Lumière retratavam cenas da vida cotidiana como é o caso
de “Chegada do Trem na Estação”, considerado atualmente o primeiro filme de
terror pelo assombro que causou nos espectadores, e “A saída dos operários da
fabrica” ambos de 1895. Em tais filmes a câmera permanece fixa e frontal com um
enquadramento que abrange uma grande diversidade de elementos.
A primeira exibição pública do cinematógrafo aconteceu em 28
de dezembro de 1895,no Grand Café em Paris, mas foi a quinta exibição do aparelho,
apresentado anteriormente ao mundo científico em sessões privadas.
O interesse dos Lumière era muito mais pelas possibilidades
científicas do que artísticas e seus filmes não buscavam nenhum tipo de enredo;
limitavam-se ao mero registro documental de fatos e paisagens, com exceção do “Regador
regado” de 1896, tido como a primeira comédia na história do cinema, que
mostrava um breve fato cômico.
Os aparelhos que projetavam imagens eram vistos mais como
uma novidade inventiva, entre tantas outras, do que como um novo meio de
linguagem artística. Os primeiros filmes não tinham qualquer compromisso
narrativo e limitavam-se ao registro de cenas cotidianas ou fatos atuais e
alguns espetáculos de mágica, como era o caso dos filmes de truques. Neste
primeiro momento fica evidente a disposição inicialmente exibicionista do cinema,
que visava fascinar o espectador, em feiras e parques de diversões, ao invés de
contar uma historia.
O cinema só conheceu sua verdadeira vocação artística a partir
do mágico George Meliès que, com sua experiência teatral, buscava aproximar o
cinema das outras linguagens narrativas atribuindo-lhe enredos, encenações e cenários
estilizados (tudo extremamente semelhante aos espetáculos teatrais) resultando numa vertente cinematográfica ficcional
,como observa-se no filme “Viagem a Lua ”de 1902.
Meilès é, portanto, considerado o pai da ficção, pois foi o que, nos anos inicias do cinema, mais e melhor trabalhou com ela. Porém a sétima arte só viria a criar uma linguagem própria, com recursos definidos que auxiliam numa narrativa mais complexa (como a montagem) a partir de D.W. Griffith e seu longa metragem “O nascimento de uma nação ”em 1915...
Meilès é, portanto, considerado o pai da ficção, pois foi o que, nos anos inicias do cinema, mais e melhor trabalhou com ela. Porém a sétima arte só viria a criar uma linguagem própria, com recursos definidos que auxiliam numa narrativa mais complexa (como a montagem) a partir de D.W. Griffith e seu longa metragem “O nascimento de uma nação ”em 1915...
bom trabalho e ilustrações fundamentais para o texto.
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